O ensino e a pesquisa em matéria de arbitragem têm como peculiaridade a necessidade de estarem intimamente ligados à prática da disciplina. Por mais acadêmico que seja, um conhecimento puramente teórico de arbitragem não possibilita aprender as riquezas e dificuldades da matéria. Em verdade, o conhecimento teórico é especialmente testado nos detalhes práticos. No entanto, através de uma dialética produtiva, o próprio conhecimento teórico é alimentado pela prática. Ambos são perfeitamente complementares. Há, contudo, uma particularidade no que diz respeito ao ensino e à pesquisa em arbitragem, que não pode ser encontrada em quase nenhuma outra disciplina, a saber, a de que a atividade do árbitro também depende do que ele publica. Sua prosperidade econômica depende de sua capacidade de ser frequentemente nomeado. Pode haver, portanto, uma tentação de neutralizar sua doutrina para não comprometer futuras nomeações. Além do risco de enfraquecimento, a produção doutrinária em matéria de arbitragem também incentiva a ambivalência, dado seu real papel na prática arbitral, especialmente nos casos que são objeto de comentários, cujos autores, por vezes, são os próprios participantes. O ensino e a pesquisa em matéria de arbitragem são, portanto, reflexivos, o que caracteriza uma singularidade da disciplina, o que justifica o estudo.